"Zambeze Azul" começa hoje

O exercício aéreo militar "Zambeze Azul" começa hoje nas províncias da Lunda-Sul e do Moxico. Angola, Àfrica do Sul, Namíbia, Zimbabwe, Botswana, o grupo de planeamento da força de alerta da SADC, Moçambique, Tanzânia, Zâmbia e Malawi são os intervenientes.

Até ontem à tarde estavam ausentes Madagáscar, Swazilândia, Ilhas Maurícias e Seycheles.
Na cerimónia de abertura, apurou o Jornal de Angola, vai ser feita a apresentação e revista das forças em parada e a incorporação do Estandarte Nacional, a que se seguirá a entoação do Hino de Angola e da SADC, o içar da bandeira nacional, bem como o desfile das tropas. Participam no exercício "Zambeze Azul" efectivos e meios aéreos dos Estados membros da SADC, estando o critério de participação das tropas e disponibilização dos meios baseado no princípio da voluntariedade e espontaneidade de cada país.
Um total de 26 aeronaves oriundas da África do Sul, Zâmbia, Namíbia, Botswana, entre outros países, são utilizadas no exercício. Angola participa com um avião estratégico, o L76, um avião táctico - AN72 , quatro MI-17, igual número de Allouette 3, dois Bell e três aviões-caça L-39. O cenário desenrola-se num país fictício denominado "República Unida de Lumosa" com "capital política" em Saurimo (Lunda-Sul) e "capital económica" no Luena (Moxico), capitais das referidas províncias. O país fictício RULumosa é limitado a norte pela província da Lunda-Norte, a oeste por Malange e Bié, a sul pelo Kuando Kubango e a leste pelas República Democrática do Congo e pela Zâmbia, respectivamente.
A realização de eleições no país fictício, reconhecidas pela comunidade internacional como tendo sido transparentes, livre e justas, com vitória do partido no poder, despoleta um conflito após contestação dos resultados por alguns partidos da oposição, que se insurgem e procuram alianças com países vizinhos hostis à Lumosa.
Em consequência da contestação das oposições, regista-se um clima de instabilidade e conflito armado, êxodo de populações para zonas mais seguras, particularmente em direcção às fronteiras com países do leste (Lureia e Kulaya).
A tornar a situação ainda mais crítica, verificam-se tempestades naturais, chuvas torrenciais fora de época e inundações em resultado do transbordo das águas do rio Zambeze e o corte das vias de acesso das populações à Lureia e Kulaya. Face à gravidade da situação, a Conferência Extraordinária do Comité Permanente da Aviação Militar da SADC, a pedido da Força Aérea de Lumosa, decide lançar a Operação de Apoio Humanitário às populações sinistradas.
Este exercício, além da vantagem da componente de treino táctico, tem também uma grande semelhança com situações de conflito real. Esta semelhança serve de teste aos militares da SADC.
"Zambeze Azul" é um exercício multinacional com carácter humanitário, realizado por efectivos de imposição e manutenção de paz e enquadra-se no programa de exercícios bienais, deliberado pelo Comité Permanente de Aviação Militar da SADC (CPAM), na sua 14.ª Conferência, realizada em Maputo, Moçambique, em Abril de 2012.
Os objectivos do "Zambeze Azul" visam testar a interoperabilidade e compatibilidade dos meios aéreos da SADC, exercitar os comandantes e estados-maiores na relação com a comunicação social, bem como actualizar a doutrina colectiva e acordos de segurança.
Para além daquele objectivo, o exercício pretende desenvolver, praticar e avaliar a doutrina da SADC no planeamento e execução das operações de apoio humanitário, melhorar a cooperação regional em situações do género.