terça-feira, 13 de dezembro de 2011

TAAG numa nova era rumo à modernidade

Luanda – A transportadora angolana de bandeira, TAAG, empenhou-se desde 2008 num ambicioso processo de modernização, com o objectivo de atingir a excelência operacional, comercial, financeira e organizacional, em resposta a um desafio lançado pelo governo aquando do processo de refundação da companhia.

 

Angop
Aeronave da Companhia Aérea de Angola (TAAG)
Aeronave da Companhia Aérea de Angola (TAAG)

Quando se decidiu que estes seriam os quatro pilares fundamentais do processo, a nova direcção reconhecia e até demonstrava que o caminho a percorrer seria difícil e tormentoso, pois colocava-se a questão: por onde começar, uma vez que ilusórios eram os alicerces.

Começa, assim, uma nova era, que se acreditava morosa e quase uma utopia, pois não sendo Pimentel Araújo, o novo Presidente do Conselho de Administração e sua equipa, deuses, porque haveriamos, nós os angolanos de esperar um milagre.

A cerca de um ano atrás a companhia tinha as quatro aeronaves que compunham a sua frota de longo curso paralisada por "razões técnicas", no que a administração traduziu como tendo sido dos períodos mais difíceis da sua história, vendo-se na obrigação de alugar aparelhos para cumprir com os compromissos imediatos.

Seis meses depois, já se vislumbrava luz com a chegada a Luanda de mais dois Boeing, desta feita os "triple seven 300ER", um dos maiores e mais sofisticados aviões de longo curso da construtora norte-americana, com capacidade para percorrer mais de 14 mil km, em cerca de 26 horas sem escala e que convertem a companhia angolana na primeira em África a operar com aparelhos próprios deste género.

Essa aquisição traz, também, novos desafios, entre os quais se destaca a pretensão da TAAG em transformar-se, até 2012, numa companhia "Paper Less", ou seja, deixa de usar papeis em toda a sua rede, e isso começa com a eliminação dos bilhetes de passagem tradicionais.

Esse grande passo foi dado com o lançamento do serviço de compra de bilhetes via multicaixa, a instalação de três quiosques de máquinas de "fast check-in", numa fase inicial em três hotéis da capital, mas que se vão estender a todo o país e para felicidade dos clientes, que têm agora um serviço mais célere e de melhor qualidade.

A esses serviços junta-se a possibilidade da compra de bilhetes e a realização de check-in on-line, operações que já se encontram ao dispor do passageiro a mais de um ano, assim como a compra de artigos diversos a bordo das suas aeronaves, seguindo a linha das companhias aéreas de topo.

Se até a bem pouco tempo, alguns passageiros, preteriam os serviços da TAAG a companhias estrangeiras para puderem adquirir produtos como relógios, perfumes e cosméticos na modalidade duty free (isento de taxas), hoje essa preocupação já não se coloca.

Apesar dos feitos da TAAG não ficarem por aqui, ainda assim, a companhia continua a enfrentar inúmeros problemas a nível organizacional e financeiro, pois mesmos a última milagrosa aquisição, de tão recente, ainda não permite fazer balanços.

A transportadora ainda não goza de saúde financeira, precisa de consolidar o processo de rentabilização comercial, melhorar a sua área de manutenção e fora que, só muito recentemente foi autorizada pela União Europeia a adicionar, nos voos para o seu espaço aéreo, os recém adquiridos Boeing 777-300ER, juntando-se, assim, aos já autorizados em Março de 2010 B 777-200ER e B 737-700.

Conseguiu fazer alianças internacionais que lhe permitem operar em partilha de código (code share), com as companhias de bandeira locais, para Paris, Londres, Frankfurt, Bruxelas, Maputo, Nairobi e Casablanca.

Neste momento, tem as suas aeronaves de nova geração operacionais ao serviço das linhas de Lisboa, Porto, Pequim, Dubai, Rio de Janeiro, São Paulo, Havana, Cidade do Cabo (Cape Town), Joanesburgo, São Tomé, Praia, Brazzaville, Bangui, Douala, Harare e Whindoek, o que se traduz em mais conforto, mais carga e mais entretenimento para o passageiro.

No entanto, a luta continua na consolidação do seu processo de refundação e para que, até 2012, esteja isenta de qualquer anexo da EU, o que depende maioritariamente do INAVIC, mas também da retirada dos seus serviços das três aeronaves de médio curso do tipo Boeing 737-200, que ainda compõem a sua frota clássica e são usadas para viagens domésticos.

Assim, é árdua a luta rumo à modernidade, mas é colectiva, implica o esforço até dos utentes dos aviões que afinal são propriedade dos angolanos, implica também a necessidade de mudança dos tripulantes de cabine no espírito de melhor servir, implica uma entrega da sociedade nesta crença milagrosa na equipa que apesar de não ser constituída por Deuses está a edificar uma grande obra.

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