terça-feira, 23 de abril de 2013

Greve deixa aviões da Lufthansa em terra


BERLIM — A maioria dos aviões da maior companhia aérea europeia, a Lufthansa, ficou em terra nesta segunda-feira, devido a uma greve que mobilizou 12.000 pessoas, que reivindicam um aumento salarial.

Dos cerca de 1.800 voos previstos, apenas 20 de curta distância foram mantidos e 12 de longa distância, segundo um comunicado da companhia que afirma que 150.000 passageiros foram afetados.

Até as 12H30 de Brasília, cerca de 12.000 pessoas aderiram à greve, disse à AFP um porta-voz do sindicato Verdi.

A companhia espera que na terça-feira o tráfego aéreo seja restabelecido, apesar de não descartar "irregularidades isoladas" nos planos de voo nos próximos dias. A companhia aconselha os passageiros a se informar antes da viagem.

A Lufthansa, primeira companhia aérea europeia em número de passageiros, já tinha alertado neste fim de semana que a maioria de seus aviões ficariam em terra nesta segunda-feira.

A razão é uma greve de "advertência" convocada pelo poderoso sindicato do setor de serviços alemão Verdi dentro das difíceis negociações salariais anuais. O Verdi reivindica um aumento salarial de 5,2% para os 33.000 funcionários da Lufthansa na Alemanha e garantias de emprego.

No final de março, uma primeira greve de advertência já tinha obrigado a Lufthansa a cancelar 700 voos.

Dez aeroportos na Alemanha foram afetados nesta segunda-feira pela greve. Em Berlim e Nuremberg (sudeste), o movimento durou apenas algumas horas e no restante, todo o dia.

Apesar dos voos para a Alemanha e Europa serem os mais afetados, os voos intercontinentais também foram atingidos. Em Frankfurt, por exemplo, apenas seis de um total de 50 estavam previstos, enquanto em Munique (sul) foram mantidos três de 17, assim como em Düsseldorf.

Em uma tentativa de evitar as esperas inúteis e o caos nos aeroportos, a Lufthansa enviou mensagens a 95.000 clientes cujas passagens podiam ser reembolsadas ou reprogramadas.

Nos trajetos nacionais, os viajantes puderam trocar suas passagens por bilhetes de trem, graças a um acordo com a companhia ferroviária alemã Deutsche Bahn, que disponibilizou trens e equipe adicional.

Os voos operados pela Germanwings, filial da Lufthansa, não serão afetados pela greve.

Segundo o sindicato, no final da terceira rodada de negociações a Lufthansa propôs apenas um aumento entre 0,4 e 0,6%.

Contudo, a companhia garante que propôs aumentos de 2,3% para seus funcionários da divisão Lufthansa Technik, de 2,1% para os da Lufthansa Cargo e de 1,7% para os da companhia aérea.

A companhia também teria proposto um pagamento de 1% das receitas anuais, se a companhia alcançar seu objetivo de 3% de lucros, assim como um bônus de 400 euros para o período entre fevereiro e setembro.

Estas negociações afetam apenas os funcionários em terra.

A maioria da tripulação de cabine é afiliada ao sindicato UFO, que conseguiu um acordo em novembro com a Lufthansa para um aumento salarial de 4,6% durante dois anos a partir de janeiro de 2013.

Para recuperar sua rentabilidade, a Lufthansa iniciou no ano passado um ambicioso plano de reestruturação que prevê a supressão de 3.500 empregos nos serviços administrativos.

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