sexta-feira, 6 de abril de 2012

Ultimato dado a companhias aéreas recebe um vasto apoio da sociedade

 
A British Airways é a principal visada pela Nigéria no braço de ferro sobre as tarifas e o atendimento aos passageiros daquele país

Fotografia: AFP

Os parlamentares nigerianos exprimiram o seu apoio ao ultimato do governo de Abuja dado às companhias aéreas estrangeiras para porem termo às tarifas discriminatórias por elas praticadas nas linhas nigerianas, sob pena de terem de deixar aquele país.
A ministra nigeriana da Aviação, Stella Oduah, lançou este ultimato de 30 dias na semana passada, desencadeando a fúria do governo britânico, que prometeu fazer o mesmo se a Nigéria proibir as companhias britânicas, como a British Airways e a Virgin Atlantic, de cobrir a Nigéria.
A Comissão sobre a Aviação da Câmara Baixa dos Representantes, que acolhe uma audição sobre este caso, ordenou às companhias aéreas estrangeiras para reduzirem para metade as suas tarifas na linha Lagos-Londres, muito rentável, sob pena de cessar as suas actividades na Nigéria.
"O nosso povo sofre e queixa-se. Reduzam as vossas [tarifas] ou deixem o país. Ou vocês aceitam ou vocês partem", declarou durante a audição a presidente da Comissão da Câmara, Nkiruk Onyejeocha, ao director local da British Airways (BA), Kola Olayimka.
A comissão convocou operadoras das companhias aéreas estrangeiras para discutir sobre a questão das tarifas elevadas e do suposto mau tratamento dos passageiros nigerianos.
Ela afirma que os nigerianos já não podem suportar as tarifas elevadas aplicadas pelas companhias aéreas internacionais que operam no país, particularmente a BA, que seria a mais condescendente.
Segundo a comissão, a diferença entre as tarifas impostas aos nigerianos na linha Lagos-Londres-Lagos e as impostas aos ganenses para Accra-Londres-Accra é de 4.239 dólares americanos para a primeira classe, 1.055 dólares para a classe "business" e de 92 dólares para a classe económica.


Durante a sessão, Kola Olayinka, evasivo quanto à redução ou não das tarifas da BA, declarou à comissão que qualquer possibilidade de redução depende do resultado das discussões entre o Ministério nigeriano da Aviação e o Ministério britânico dos Transportes.
"Estas discussões já começaram e nós esperamos que elas terminem em Junho próximo. Os dois países estão a discutir e isto poderá culminar numa revisão de tarifas", declarou à imprensa.
Por outro lado, a Ordem dos Advogados da Nigéria (NBA) apoia vivamente o ultimato dado às companhias aéreas estrangeiras pelas autoridades daquele país.
"A diferença é flagrante e injustificável. Estas companhias aéreas estrangeiras pensam que têm amigos altamente instalados e podem, por conseguinte, permitir-se tudo, mas estamos aqui para lhes garantir o nosso apoio total. Agora, o ultimato foi lançado e sabemos que as violações vão de mãos dadas com as sanções", declarou o presidente da NBA, Joseph Daudu.





 

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