terça-feira, 26 de outubro de 2010

Especialista considera arriscada navegação em aeroportos sem sistemas de balizagem

Voar para aeroportos que não possuem sistemas de balizagem definitiva,
designadamente o VOR (que define o rumo) e o DME (distância), é
bastante difícil e muitas vezes reveladores da perícia dos pilotos,
considerou hoje, terça-feira, em Luanda, um especialista em aviação
civil.

Em declarações prestadas à Angop, na capital angolana, a fonte, que
preferiu o anonimato, salientou que quando os referidos sistemas não
existem/funcionam, os pilotos usam a aproximação por GPS, que é da sua
inteira responsabilidade, uma vez que esse sistema ainda não foi
certificado pelo INAVIC.

Actualmente cerca de 10 aeroportos do país estão já equipados com
sistemas de balizagem definitiva, estando por isso capacitados a
receber voos nocturnos sem muitos constrangimentos.

Entretanto, o especialista em aviação é de opinião que a falta de
sistemas definitivos, pode condicionar até mesmo voos diurnos.

"Em caso de mau tempo, como chuvas intensas, mesmo durante o dia
torna-se muito fastidioso para o piloto aterrar sem a ajuda dos
sistemas VOR e DME", defendeu.

Na mesma senda, a fonte considerou ser imperioso a entrada em
funcionamento de aeroportos alternantes, quer para voos nacionais como
internacionais.

Apontou o caso de Luanda, que tem como aeroporto alternante para voos
internacionais o de Kinshasa (RD Congo), quando deveria ter um mesmo
no interior do país.

"Luanda, como está no litoral, devia ter um aeroporto alternante na
zona central do país, pois, geralmente caso haja mau tempo próximo do
mar, no interior as condições climatéricas estão melhores", sustentou.

De igual modo, fez um apelo para que todos os aeroportos do país
possuam radares de aproximação a funcionar, tendo em conta a sua
grande utilidade para a aviação.

Trinta aeroportos de grande, média e pequenas dimensões estão a ser
reabilitados no país, tanto a nível das áreas de movimento (pistas e
caminhos de circulação) como a nível dos seus terminais de passageiros
(embarque e desembarque), pela Empresa Nacional de Exploração de
Aeroportos e Navegação Aérea (Enana).

Para o efeito, o Estado disponibilizou, em 2007, cerca de 400 milhões
de dólares, no âmbito do Programa de Investimentos Públicos, que estão
a ser paulatinamente utilizados.

Este montante está a ser empregue não só na construção e reabilitação
das infra-estruturas como também no apetrechamento em meios técnicos,
como sistemas de apoio à navegação aérea.

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