A petrolífera norte-americana Chevron orientou os trabalhadores da companhia baseados no Soyo, afectos ao projecto Angola LNG e outros campos petrolíferos, localizados naquela zona, a não fazerem uso dos aviões da companhia Sonair, na deslocações para Luanda e vice-versa, em razão de uma auditoria ter detectado falhas nos procedimentos operacionais, revelou uma fonte da companhia ao VE.
A fonte explicou que a medida, imposta desde a semana passada, deve durar até que a Sonair ultrapasse as alegadas falhas, razão pela qual a petrolífera norte-americana optou por migrar a prestação deste serviço para a TAAG, nas deslocações do pessoal afecto à companhia para a rota Soyo – Luanda e vice-versa. Sem avançar detalhes, a fonte explica que estarão em causa falhas relacionadas com a segurança dos voos, situação que, no sector petrolífero, é sempre colocada em primeiro lugar. Contactada, a porta-voz da Chevron, Antónia Freitas, não confirmou nem desmentiu a informação, argumetando, no correio electrónico enviado à redacção, que não é prática da empresa comentar sobre "assuntos operacionais publicamente".
"Estabelecemos relações de confiança e mutuamente benéficas ao colaborar com as nossas comunidades, Governo, clientes, fornecedores e outros parceiros comerciais", refere. Em resposta às perguntas do VALOR, a Sonair confirmou, no entanto, que "foram identificadas algumas insuficiências operativas que necessitam de ser melhoradas e corrigidas", acrescentando que "isso está a acontecer agora com a criação de uma 'task force' específica da Sonair, que está a trabalhar activamente em contacto estreito com os técnicos da petrolífera Chevron".
Confirmando a auditoria realizada pela Chevron, "no âmbito das execelentes relações institucionais e comerciais existentes entre as duas companhias", a Sonair explica que se trata de "um processo absolutamente normal", e que o mesmo "não provocou quaisquer alterações na relação comercial" entre as duas companhias. "Trata-se apenas de mais um passo no âmbito do processo de transformação da Sonangol e suas subsidiárias, mantendo o foco na transparência, rentabilidade, rigor e excelência", argumenta a empresa.
Fonte do INAVIC declarou ao VALOR que a instiuição realiza auditorias regulares à Sonair e não detectou, até ao momento, "quaisquer irregularidades", acrescentando não perceber a decisão da Chevron. A Sonair é a empresa subsidiária da Sonangol EP, que tem como objecto o apoio com transporte aéreo à actividade de exploração petrolífera. Realiza diariamente voos para o Soyo, com a maioria dos lugares reservada para os trabalhadores das companhias operadoras e prestadoras de serviços. O restante de vagas é canalizado para o público em geral que recorre à companhia.
A fonte explica que o "maior receio" para o caso da Sonair poderá ser a possibilidade de as outras companhias petrolíferas que operam no Soyo seguirem o exemplo da Chevron, situação que poderia agravar os resultados operacionais da compahia aérea. No ano passado, fruto dos ajustamentos operados pelas petrolíferas, a Sonair acabou por ver o fluxo de transporte de passageiros reduzido para metade.
Recentemente, as autoridades norte-americanas dos transportes autorizaram a abertura ao público, a partir de 1 de Maio, dos voos que ligam a cidade de Houston, (Texas-EUA) à capital angolana, também conhecido por Houston Express, operados pela Sonair. Membro da comissão executiva da empresa, Filomeno da Luz Conceição Marlath considerou, na ocasião, o anúncio "uma mais-valia", uma vez que permitiria maior captação de clientes.
Antes, o voo destinava-se unicamente aos parceiros da comunidade de empresas ligadas ao sector petrolífero. A Sonair é uma subsidiária do grupo Sonangol. Nasceu em 1979 com a criação da divisão aeronáutica, tendo transportado, ao longo dos 38 anos da sua existência, sete milhões de passageiros, com o registo de 500 mil horas de voo.
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