O artigo relata as decisões tomadas pela equipe de pilotagem da aeronave e conclui, segundo conversas com pilotos da Air France e gravações das caixas-pretas do avião, que o mais provável é que os pilotos do voo 447 não se deram conta de que a aeronave havia perdido sustentação e que estava prestes a cair.
Toda a complicação gira em torno das decisões tomadas pelos pilotos. A companhia aérea Air France não tinha, até o acidente com o voo 447, um procedimento padrão obrigatório para caso de perda de sustentação de aeronaves em altitudes de cruzeiro.
O que existia era uma recomendação, mas ela não fazia parte dos procedimentos que deveriam ser conhecidos de cor e com antecedência pelos pilotos. Foi somente após o acidente com o voo 447 que a companhia decidiu generalizar a formação para casos similares, submetendo todos os pilotos a exercícios de simulação.
Uma das fontes ouvidas pelo jornal Le Figaro diz que é certo que as investigações vão concluir que a tripulação teve uma responsabilidade forte na queda do avião. Mas a maioria dos pilotos interrogados pelo jornal francês afirmam que, caso tivessem sido melhor formados, o drama poderia ter sido evitado.
Os dados revelados pelas caixas-pretas do voo 447 indicam que os chamados tubos de pitot, que medem as velocidades das aeronaves em voo, enviaram informações contraditórias à cabine que teriam induzido a erros de pilotagem.
Quando o alarme Stal, de perda de sustentação, disparou pela primeira vez, os pilotos decidiram empinar o nariz do avião para ganhar altitude, quando, teoricamente, o procedimento seria o inverso, ou seja, baixar o nariz do avião para ganhar velocidade e recuperar assim a força de sustentação da aeronave.
Segundo o Figaro, os investigadores do acidente do voo 447 terão que dizer se as informações contraditórias indicadas na cabine levaram os pilotos a uma interpretação equivocada ou se o erro se deve totalmente aos pilotos.
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